segunda-feira, 30 de julho de 2007

Visita à Second Life e Al Berto


Breve pausa em RL para respirar fundo, por um instante, em SL. Ouvir os pássaros, mergulhar na cascata de águas transparentes, escutar a melodia do deslizar ligeiro da corrente de água, rãs e a natureza a toda a volta...
Jonsy Lilliehook anda com pouco tempo para se escapar... mas a RL também é, em si, uma possibilidade de maravilhamento.
Um saltinho a Montemor-o-Velho, aos espectáculos do Citemor, ou um saltinho às páginas do livro de Al Berto, «Degredo no Sul», acabadinho de editar pela Assírio & Alvim, numa selecção de Paulo Barriga, é também uma possibilidade de fuga à RL, ou de relacionamento mais íntimo, mais próximo, mais sensível a essa RL que nos escapa pelos dedos. Regressarei a ele brevemente.
Ficam apenas algumas palavras, em homenagem ao poeta, ao Paulo e à editora.



Para tocar as palavras com a ponta dos dedos e suspirar
«pouco mais há a dizer. caminho largando os últimos resíduos da memória. fragmentos de noite escritos com o coração a pressentir as catástrofes do mundo. a grande solidão é um lugar branco povoado de mitos, de tristezas e de alegria. mas estou quase sempre triste. algumas fotografias revelam-me que noutros lugares já estivera triste. por exemplo, no fundo deste poço vi inclinar-se a sombra adolescente que fui. água lunar, canaviais, luminoso escaravelhos. este sol queimando a pele das plantas. caminho pelos textos e reparo em tudo isto. o que começo deixo inacabado, como deixarei a vida, tenho a certeza, inacabada(...)» (para ler, até ao fim, numa respiração só, Al Berto em «Degredo no Sul», Assírio & Alvim)

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